Case de empreendedorismo de Vilmar Ferreira, fundador do Grupo Aço Cearense, é tema de filme lançado nacionalmente

Na noite da última segunda-feira (16), a história de vida de um dos grandes empresários cearenses, Vilmar Ferreira, fundador do Grupo Aço Cearense, maior distribuidor independente de aço no Brasil, foi contada em um filme produzido e lançado pela Escola de Insights MeuSucesso.com. Produtores da empresa vieram ao Ceará gravar o material, com o objetivo de produzir um estudo de caso sobre a trajetória empreendedora do cearense, levando as referências positivas para futuros empreendedores. O evento de pré-estreia do material aconteceu no Cinépolis do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo (SP), e contou com a presença do próprio protagonista do enredo, dos familiares e amigos de Vilmar, membros da diretoria do Grupo Aço Cearense, além de diversos empresários, novos e futuros empreendedores, interessados na história de inspiração, e profissionais da imprensa.

A noite foi de emoção, com a exibição do curta de 25 minutos, um talk show com Vilmar Ferreira, Aline Ferreira – filha do empresário – e com o CEO da MeuSucesso.com, Sandro Magaldi, e outro talk show com os empreendedores Geraldo Rufino (JR Diesel), Eduardo Lyra (Jovens Falcões) e Thai Quang Nghiã (Goóc) também sobre a trajetória empreendedora do cearense.

Vilmar, ainda jovem, ajudava o pai na roça, quando um acidente mudou a sua história. O menino franzino se tornou um grande empreendedor do Aço no Ceará, chegando a faturar R$ 2,5 bilhões ao ano, provando sua aptidão para negócios. Após esse evento de pré-estreia do filme sobre Vilmar Ferreira, o trailer ficará sendo exibido nas salas de cinema do Cinépolis em todo o país, inclusive na capital cearense, nos shoppings Rio Mar e North Shopping Joquei. A partir de agora, o filme, na íntegra, será disponibilizado na plataforma MeuSucesso.com.

Do roçado ao conglomerado do Aço

Com pouco mais de 15 anos, a rotina do cearense Vilmar Ferreira começava às 5 horas da manhã. Acordava, matava um porco, colocava a carcaça em cima de um jumento e caminhava oito quilômetros para vender a carne. O talento de Vilmar para o comércio só poderia ser comparado à sua ambição: hoje, ele é dono da maior distribuidora independente de aço e derivados do Brasil, a Aço Cearense. Vilmar, o quarto de 13 irmãos, nasceu e cresceu em Marco, um município próximo à famosa praia de Jericoacoara (CE), onde trabalhou no roçado desde cedo. “A família era grande. Para sobreviver, tínhamos que ir para a roça de manhã e depois estudar”, conta. Ele lembra que as dificuldades eram grandes, a ponto de ser comum dividir um ovo com um dos irmãos no jantar.

 

O trabalho diligente no campo acabou após um acidente grave. A foice escapou da mão e cortou a perna de Vilmar, salvo pelo pai, que estancou a hemorragia. “Ele me colocou nos braços e disse: ‘Nossa Senhora, abençoe meu filho. De hoje em diante, nunca mais te mando para a roça'”, narra o empresário. Após o episódio, o pai vendeu uma das vacas de Vilmar, comprou outra de menor valor e entregou ao filho a diferença em dinheiro.

Com capital em mãos, Vilmar virou comerciante. Ativo e experiente, ele sempre fazia pequenas compras para a família no mercado. “Eu já tinha um instinto. Desde pequeno era eu que fazia algumas compras, porque minha mãe me achava o mais ativo entre os filhos”. Comprou o que pôde para reinvestir: ovos, galinhas, porcos e ovelhas, por exemplo. “Uma vez escorreguei e quebrei todos os ovos, perdendo toda a venda do dia”, relembra, sorrindo. Aos 18 anos, almejava um sonho maior. Arrumou três mudas de roupa, um par de sapatos, subiu em um caminhão e partiu para Fortaleza, a capital cearense. “Não queria mais aquela vida de matar porco, queria outra coisa”, diz. Em um mês, conseguiu emprego em um mercadinho próximo ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade, onde recebia 40 cruzeiros por mês – um terço do salário mínimo – e um lugar para morar.

O lado comerciante de Vilmar Ferreira e o início da Aço Cearense

Seu apelido no trabalho era “Pimenta”, por conta da rapidez para resolver as coisas. “Meu chefe até reclamava de mim, dizendo que eu não precisava me esforçar tanto. Ele me descobriu comerciante quando passei a comprar os produtos mais baratos do que ele comprava”, narra Vilmar. Enquanto seu chefe pesquisava preços em cinco armazéns, o jovem corria em 20 estabelecimentos e barganhava preços mais baixos.

“Sempre tive vocação para o comércio”, ressalta o empresário. “É só saber fazer conta: calcular os custos e benefícios”, afirma. Mesmo sem aumento salarial, foi promovido a gerente da loja, onde permaneceu durante um ano e meio. Após o período, voltou para o interior e propôs uma parceria com um dos irmãos para abrir o próprio negócio. No entanto, a sociedade foi dissolvida e Vilmar teve de assumir as dívidas. Ao invés de desistir, ele pensou em novas oportunidades de negócios mais lucrativas. Inicialmente, abriu um negócio de distribuição de bebidas, mas foi desencorajado pelo pai. “Bebida não dá felicidade a um homem”, dizia o genitor, que tinha raízes religiosas. A outra opção era o aço.

No início, trabalhou como distribuidor da Gerdau e chegou a ser o maior cliente da empresa – até que as entregas foram suspensas e Vilmar, mais uma vez, precisou considerar outras alternativas. Decidiu importar aço, saída que era considerada como “loucura” pelos agentes do mercado até então. Foi o início da Ferro OK, destinada a comercializar aço para construção civil e derivados. Com a ampliação dos negócios, em 1984, tornou-se a Aço Cearense.

Pautada na prática de atender a todos clientes e suas diferentes necessidades, independente de volume ou operação, a empresa associou a sua marca ao conceito de bons negócios, expandindo o leque de atuação e consequentemente a carteira de clientes. Hoje, o grupo cearense conta com cinco empresas – Aço Cearense Comercial, Aço Cearense Industrial, SINOBRAS, SINOBRAS Florestal e Instituto Aço Cearense – no Ceará, Pará e Tocantins e 22 mil clientes ativos em todo o país. Em 2015, o Grupo Aço Cearense faturou R$ 2,5 bilhões e, em 2016, mesmo com o momento delicado da economia que o país atravessa, o faturamento foi de R$ 2,0 bilhões, com uma capacidade produtiva de 1.000.000 t/ano.

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